Não desistas

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domingo, 3 de novembro de 2013

10º Maratona EDP Porto 2013



O ano passado tinha concluído uma prova deste calibre, por isso já sabia o que me esperava durante 42 longos km. Mentalmente, tinha definido um objectivo bastante ambicioso, mas estava disposto a sacrificar o corpo e a tentar atingi-lo, refiro-me a concluir a maratona o mais próximo possível das 3.00 horas, menos 30 minutos que o tempo que demorei o ano passado.

Sábado de tarde, dorsal na mão, passagem pelos expositores que se encontravam no local, nada de novo, sempre a mesma coisa, encontrei o Antônio Nascimento, que continua na sua preparação para o Ultra Man 2014. Lá encontro pessoal do costume, o discurso era sempre o mesmo, "boa prova!", "que tempo vais fazer?", "até amanhã!". Regressado a casa, tempo para colocar o dorsal, a foto da praxe e o meu filho quase que me rasga o dorsal, que sorte, eheheheh! Tudo preparado! Agora toca a ir dormir e não esquecer de ligar os despertadores!

Noite bastante atribulada, o meu filho já tem por hábito, não sei se será pura coincidência ou não, sempre que tenho uma prova, na noite anterior, não me deixa dormir o suficiente e nesta não fugiu a regra, pois de hora em hora estava sempre a sonhar e a mandar vir...
Despertador toca e eu já estava acordado, siga, tomar o pequeno almoço, seguindo a fórmula que encontrei para uma refeição digna para enfrentar uma distância como a que me esperava. Já equipado, verificar se não ficava nada esquecido, ainda bem que tenho este hábito, pois o dorsal já ia ficar no esquecido. Lá me faço a estrada, rumo ao parque da cidade.

Chegado ao parque, arranjei logo local para estacionar o carro, agora vamos para o autocarro, que parte da avenida da Boavista em direcção ao local de partida, já bastantes atletas se juntavam no local e mal um autocarro ficasse completo, arrancava logo e eu arranjei logo um pronto a partir e siga.
Cheguei ao local da partida e dirigi-me ao local onde podia tomar café ou chã, não estava ainda muita gente e a fila andava normalmente. Decidi ir para uma fila para usar um WC e estive lá cerca de 10 minutos e a fila não andou, nem um metro sequer, tive que arranjar alternativa, não fosse o organismo pregar uma rasteira a meio da maratona. De seguida, foi de encontro com o resto da malta do Desnível Positivo, para a foto de grupo e realizar a entrega do saco para a meta. Faltavam cerca de 15 minutos e fomos para a linha da partida, já se encontrava muita gente, mas da forma que a runporto tem isto organizado, a entrada de atletas funciona bem e aos poucos o tempo para o tiro de partida diminuía.


Partida!
E longos 42 km pela frente, o primeiro km é sempre a subir o que dá para começar lentamente, o pessoal da family race é que saí disparado, pois a prova deles só tem 16 km. Conforme vou avançando, encontro malta conhecida, ao ritmo que vou neste momento ainda dá para ter algumas conversas, passamos o estádio do Bessa e esta parte do percurso é sempre a descer, decidi aproveitar a descida e mantive um ritmo a rondar os 4.00/km, estava a sentir-me bem, apesar de saber que poderia vir a pagar cedo a factura.
Lá dou a volta na Maia e venho a escassos metros do balão das 3.00 horas, penso: "tenho que apanhar o balão!", o objectivo foi sempre esse, neste momento olho para o relógio e tinha a média do km 3.55/km, ritmo alto demais para quem vai fazer 42 km.


















Mal dei a volta na Afurada, encontrei o meu muro, acho que deveria estar a caminho dos 25 km, comecei logo a reduzir o ritmo e foi aí que o corpo tomou controlo da mente.
Os km demoravam a passar, cheguei aos 30 km, passo novamente a ponte D. Luis, os espanhóis davam um apoio terrível, ainda bem que havia espanhóis ao longo do percurso. Km 35, tinha mesmo uma vontade terrível de parar, já tinha sido ultrapassado por um grupo de 15 elementos, desmoralizei novamente, e lá aparecem umas espanholas a bater palmas e a dizer: "animo, já falta pouco", mas estes 7 km foram muito penosos.
Km 40, abastecimento, aí parei e bebi um isotónico, bem estava a precisar, siga vamos para os últimos 2 km, olho para o relógio tinha um ritmo de 5.30 km/h, demorei cerca 11 minutos a chegar a meta, mas quando cruzamos a meta, todo o sofrimento é compensado pela sensação de realização, julgo até que esta sensação se torna viciante, saudei dois camaradas que tinham chegado ao mesmo tempo que eu e rapidamente me dirigi para tomar o verdadeiro isotónico, uma cerveja preta.







E pronto, mais uma prova rainha concluída, espero que tenham gostado do relato e brevemente terei mais novidades no blog.

Saudações desportivas,

A.Costa



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