Não desistas

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domingo, 24 de novembro de 2013

UTAM-Ultra Trail Amigos da Montanha

Família Desnível Positivo( Luís Pereira, Nuno Silva; Dionísio Pires, José Pereira, Pedro Conde, Artur Costa, Diogo Almeida, Pedro Pinho e Renato Presa.

Mais uma prova onde a família do trail estaria reunida! Sem dúvida tinha sido este o meu pensamento durante alguns dias e realmente foi o que se verificou. Foi sentida a falta da presença do vencedor da edição de 2012, Carlos Sá, mas anda a relatar as suas aventuras lá para os lados da Argentina e quem sabe, já de olho, a tentar superar mais um desafio.
Esta prova, para mim, foi encarada como uma espécie de terminar a época, onde o objectivo principal seria finalizar e com objectivo secundário, reduzir o tempo do ano passado, pois o acumular de treinos, provas desde Setembro, onde a maratona do Porto, mais uma vez, me deixou uma mazela que teima em não desaparecer, teria que encarar este desafio na desportiva.
E foi na desportiva que na noite anterior dormi cerca de 2 horas, onde a constipação do meu filhote não me ajudou muito a descansar e certamente a ansiedade que se fazia sentir, também não. Eram cerca das 4.30 horas da matina, mal saí da cama, reparei logo nos vidros la janela e deu para perceber que estaria um frio de rachar, mas pelo menos não chove, pensei eu. Pequeno almoço tomado, tudo pronto arranco para Barcelos, onde nos dirigimos para a uma barraca para tomar um café, foi tipo local de encontro, o pessoal ia lá todo, a máquina não parava de tirar cafés, bem como o uso excessivo dos wc´s colocados a alguns metros dali, por momentos me passou na cabeça, café com cheirinho...estou a brincar.
Já se sentia a ansiedade no ar, era pessoal a ultimar os preparativos, outros ainda na fila do WC, outros contavam piadas, o verdadeiro espírito ultra destas andanças e neste cenário lá nos fomos dirigindo para o controlo zero.

Partida!

Controlo realizado, o padrinho da Prova, Carlos Peixoto ainda falou, mas não ouvi nada, contagem decrescente e partida. Tentei não me entusiasmar de inicio, pois no ano passado, para fazer os últimos 15 km, quase que me arrastei, pois esta prova é sem dúvida muito "rolante" principalmente no fim onde necessitamos das pernas para fazer aqueles últimos km.
Parti ao lado de pessoal conhecido, andei com a Ester, com o Luís Miguel, com o Capela, bem muita gente... as condições atmosféricas foram as que mais me agradam. sol e frio, para mim é a cereja no topo do bolo. Os primeiros km nada de  especial, o pessoal ia fazendo já as primeiras paragens estratégicas, ainda existia muito humor, lá se lançavam as primeiras bocas, tipo "falta muito" e o típico grito do "solta o javali", que faço questão de berrar, como se estivesse a expulsar algo de dentro de mim(passo a expressão), digamos que já é um ritual a muito instalado com o meu camarada Diogo Almeida.


O primeiro abastecimento, foi só mesmo beber um copo de água e seguir não valia a pena parar mais que 10 segundos, aparece a primeira subida sem grande desnível, aqui digo ao Luís Miguel para manter o ritmo, não vale a pena estar a elevar o andamneto neste momento. Entretanto chegamos a segunda subida, antes do segundo abastecimento, aqui sou brindado pelo meu camarada Carlos Miranda, que com medo que o pessoal tivesse com muito frio, tinha xiripiti para os mais ousados beberem, é este o espírito do trail.
Passagem pelas pedras com ajuda de cordas, decidi não ir pelo lado sem cordas e aproveitar para subir com calma, pois calma é necessária, visto ter andado estes meses com muitas provas e muitos treinos acumulados, pois após a Maratona do Porto, continuo com uma daquelas lesões no pé, que ninguém sabe o que é e de onde será a sua causa. Para mim, é do alcatrão...


Daqui até ao próximo abastecimento, será sempre a subir, tipo carrossel, desce e sobe de novo, optei por manter um ritmo a trote nas subidas e manter a calma nas descidas, não fosse a lesão se agravar. O Sol já tinha rasgado o céu e brindou-nos com paisagens dignas de fotos sublimes, o frio continuava mas a vontade de progredir era imensa, neste ponto fico junto com o Paulo Coelho, da Viana Trail e seria com ele que iria fazer o resto do percurso até a meta.

Pac 3, km 23

Terceiro abastecimento, aqui tinha na minha frente o Pedro Pinho, começamos a descer e de súbito temos o primeiro encontro de terceiro grau nesta prova. Sim estão a ler bem, encontro de terceiro grau, pois imaginem lá vocês que ao descer logo depois de uma curva, somos brindados pelo verdadeiro Rambo da zona de Barcelos, aquele típico caçador de meia tigela, de arma em riste apontada para nós, onde a nossa reacção foi tipo: "você está doido!!! de arma virada para nós?????" e o gajo responde: "hoje é domingo e há caça, vocês não podem estar aqui!"; respondi: "estamos no meio de uma prova, não sei quantos atletas passaram já, mas posso dizer que muitos mais viram e o pessoal pagou para fazer esta prova, tenho a certeza que foi avisado". Este a resmungar, responde: "eu também paguei e tiveram sorte em não levar uma chumbada!!!". A sério tirem-me deste filme, se este é assim, imagino os próximos, pois o último é sempre o pior, tipo videojogo, é o boss...
Depois deste encontro, sabia que a prova seria quase sempre a descer até ao Pac 4 e as subidas que existiam, eram curtas e com pouco desnível, decidi apostar numa subida do ritmo e tentei manter de forma controlada... e não é que a máquina estava a funcionar bem.

Pac 5, km 37

Chegado a este abastecimento, sou logo brindado com um controlo surpresa do material obrigatório, como sempre tinha tudo comigo, pois sou daqueles que sigo a risca as regras do jogo, o abastecimento 5 estrelas com uma canja quente a ser servida e o pessoal neste local igualmente de topo, sempre a incentivar o pessoal a se hidratar e a comer, pois perder aqui alguns minutos, poderiam bem ser ganhos passados alguns km.
Passado este ponto temos uma subida, mais ou menos acentuada e uma descida até ao Pac 6, onde aqui subimos novamente até ao Facho. Esta subida já pesa bem nas pernas, mas como conhecia do ano passado, sabia que não tardava a chegar ao ponto alto e até a travessia do rio Cávado, onde estavam as canoas, seria sempre a descer.

Pac 7, km 52

Este ano o rio Cávado estava seriamente mais calmo, a organização também tinha mudado o ponto de passagem em relação ao ano anterior, enquanto no abastecimento, íamos trocando umas dicas com o pessoal da organização para que a travessia não fosse muito acidentada, realmente eu e o Paulo entramos em sintonia a viagem foi bastante curta, mas de uma beleza singular.
Já na outra margem , sabia que no ano passado o meu pesadelo começou neste ponto, este ano sentia-me bastante melhor, a experiência de um ano para o outro aumentou e por muito estranho que pareça, acho que os km acumulados estes meses foram uma mais valia para esta prova, a partir daqui era só rolar e deixar a cabeça superar o corpo.
 Nunca mais chegávamos, é neste aspecto que este últimos km são desgastantes e para quem não estiver mentalmente preparado, vai facilmente reduzir o seu ritmo ou quem sabe, deixar de correr e simplesmente caminhar.
Passamos a ponte do comboio e ainda não é aqui que atravessamos para o centro, ambos sabíamos que tínhamos superado o desafio, o Paulo apesar de estar com um bom tempo, dizia que estava pior que no ano anterior, já eu, estava bem, em relação ao tempo do ano passado.
Lá avistamos a última ponte, só bastava subir uns degraus, entrar no centro histórico de Barcelos, aqui somos aplaudidos por pessoas, o Luís Alves ia passar de carro e prontamente começou logo a buzinar e a gritar palavras de apoio para os últimos metros, prontamente pensei, esta já está e tu conseguiste superar o teu desafio, ao chegar zona da meta, as emoções vêm ao de cima, não só pelo facto de estar acabar e ver o pessoal a aplaudir, mas também pelo vazio deixado pela ausência do meu filho e da minha esposa. Tinha mentalmente imaginado cortar a meta com ele ao meu lado, infelizmente uma constipação afastou este sonho, certamente ficará para outra altura.

Isto é Trail!

Esta já está, consegui reduzir mais de uma hora do meu tempo do ano passado e acabei sabendo que estava lesionado e que poderia ter feito melhor. Agradeço a minha família do Desnivel Positivo, pois conseguimos a segunda classificação por equipas, os meus parabéns a minha colega de equipa Ester Alves que se classificou em primeiro lugar nas mulheres, ao Paulo pela companheirismo e agradeço a todos aqueles que durante este tempo me tem apoiado, um obrigado a todos.
Louvo a excelente organização dos amigos da Montanha, não faltou nada, os abastecimentos muito bem organizados e fartos, a sinalização simples e eficaz, aos voluntários, aos bombeiros e um abraço especial ao Carlos Peixoto por tudo que tem feito por esta prova. Até para o próximo ano.



Artur Costa - Desnivel Positivo;
Dorsal: 200;
Tempo: 06:56:54,
Classificação Geral: 18º;
Classificação Escalão: 12º.













domingo, 17 de novembro de 2013

1º Duatlo de Santo Tirso


A algumas semanas atrás recebi a sugestão de participar num duatlo, não tenho bicicleta, mas de imediato disse que iria participar, pois já tinha em mente aderir a este tipo de prova, nem que fosse para experimentar.
Inscrição realizada, agora só necessitava de uma bicicleta de btt, prontamente comecei a questionar alguns colegas e logo no segundo contacto, obtive a resposta que queria ouvir, "só tens que a vir buscar, estás a vontade, não há problema". Como encarei este desafio, para me divertir um pouco, não estava minimamente preocupado com um objetivo, pois ainda tenho uma mazela da maratona do Porto e daqui oito dias estou noutra ultra maratona em Barcelos, não podia abusar muito, daí limitar-me a terminar a prova. Tinha apenas alguns dias para testar a minha adaptação na bicicleta, tendo os únicos dois treinos sido realizados em estrada e não no monte, saliento que já não andava em estrada numa bicicleta a mais de uma década, apesar de ter, durante três anos aulas de rpm diariamente no gym. sabendo que o meu camarada Carlos, que foi durante bastante tempo praticante de btt, decidi arranjar um parceiro para o desafio e este, tal como eu espera, não hesitou sequer em alinhar neste duatlo.


A prova foi realizada em Santo Tirso, no Parque Urbano de Rabada, onde na corrida o percurso é sinuoso apesar de não ter grande desnível, sendo o piso essencialmente em terra batida, já no percurso de btt, houve um misto de asfalto e terra, essencialmente rolante, mas com algumas zonas técnicas. O percurso foi maioritariamente plano com uma subida significativa ao km 2, seguido da respetiva descida ao km 3, esta prova teria 5 km de corrida, cerca de 18 km de btt e finalizando com mais 2.5 km de corrida.

Chegados ao local, levantamos os dorsais, onde nos foi entregue um saco já com a medalha de participação, uma t-shirt técnica mais alguns folhetos e apesar de só estarem cerca de 160 inscritos a massa humana era significativa.
Lá fui buscar a bicicleta, esta teve que ficar estacionada numa área de transição, onde ainda andei a estudar como seria esta realizada, não fosse eu cometer algum erro e entrar contra a mão, mas de imediato percebi que seria fácil. Decidimos realizar um pequeno aquecimento, faltavam cerca de 15 minutos para a hora marcada para a partida, aproveitamos para realizar um pequeno reconhecimento do percurso da prova. Minutos antes das 10.30 horas, a maior parte dos atletas, senão todos, já estavam na linha de partida, mas não verificamos ninguém da organização, para dar o tiro de partida, passados 15 minutos e tudo na mesma! Não se via ninguém da organização, já se ouviam algumas bocas pelo atraso, até que passados 25 minutos lá aparece alguém a anunciar algo, que não se ouvia, talvez um pequeno briefing, sobre a prova, mas só os primeiros atletas é que devem ter escutado o que se estava a transmitir, ou seja a prova começou com um atraso de 30 minutos.



Partida!

Mal se deu o tiro de partida, parecia que tinham aberto os saldos numa loja de eletrónica, pois eram cotoveladas. encontrões e alguns pontapés,durante o emaranhado da partida, por momentos lembrei-me do grupo Xutos & Pontapés e a sua música "Aí se ele caí!!!" O percurso dentro do parque era engraçado, tipo prova de corta-mato, pois existiam passagens tanto por alcatrão como por terra, onde estavam bastantes pessoas a assistir e o público faz toda a diferença, neste tipo de eventos onde não há muitos atletas. Estava a jogar em casa, apesar da primeira parte ter só 5 km, facilmente se separou os corredores dos "bttistas", quando cheguei a área de transição, tinha que obedecer a três regras essenciais: 1) Colocar o capacete, 2) virar o dorsal para as costas e 3) não podia montar na bicicleta dentro daquela área, não me podia esquecer de nada e de preferência nesta ordem, senão poderia ser desclassificado.
Já a pedalar, mal sabia o que me esperava, pois tal como disse anteriormente, já não andava nestes percurso em bicicleta a mais de uma década, a primeira curva, em relva, quase que sigo em frente, pois quando travei, a bike, deslizou, mas de imediato "agarrei o touro pelo cornos" e segui o meu rumo, passado uns metros um pequena subida toda em lama e vejo o pessoal a subir o percurso a pé, pensei, desistem facilmente.
Passados uns metros entro numa zona mais rolante e aí senti-me como um peixe dentro de água, mas esta euforia iria acabar brevemente, pois entrei novamente numa área técnica. O pessoal do btt, neste momento pareciam balas a passar por mim, eu nem sabia se ia para a esquerda ou para a direita, ainda cheguei a bater  com os braços, contra uma árvore ou outra, os gajos nem avisavam, eram mesmo balas. Logo de seguida uma descida com uma curva apertada, mais uma que quase que sigo em frente, mas mais uma vezes, mantenho o pulso firme e siga!!!
A primeira volta, foi dura, notei que melhorei de volta em volta, consegui ir buscar alguns atletas que na primeira volta me tinham passado. Não compreendo é a falta de civismo desta gente, nestas andanças, pois decidem parar a meio do percurso para beber água e uma pessoa ou se desvia, ou tem que passar por cima, para continuar caminho; não existe aquele espírito tão característico do trail, onde se respeita o meio e o outro, aqui é o "não olhes a meios para obter um fim!. Fiquei bastante desiludido!

Ao fim dos 18 km de bicicleta entrei na zona de transição, não esquecer de colocar a bike no local certo, retirar o capacete e virar o dorsal para a frente e lá comecei a correr, Bem os primeiros 250 metros parecia que os gémeos tinham encolhido, pensei seriamente, que estaria a ter uma cãibra em cada perna, pois na minha frente já via pessoal a coxear, alguns até só a andar! Agora tinha 2.5 km de corrida para ir buscar alguns atletas que me tinham passado no btt e não foi díficil, pois mal os gémeos alongaram, foi "meter" velocidade, passei cerca de 8 atletas, onde um já dizia muito alto: "Vais com vontade!" e até ía, gostava é que esta parte em vez de 2.5 km tivesse 25 km.

Lá cortei a meta, com uma hora e vinte e sete minutos, fiquei muito contente,  pois olhei para trás, onde verifiquei que alguns atletas, habituados a estas andanças, teriam ficado atrás de mim, para mim foi muito importante, apesar de ter ido só para me divertir. Grande destaque a minha colega, Ester Alves, pois ficou em primeiro lugar no escalão feminino, sem dúvida uma grande guerreira, apesar de ter tido uma queda bastante aparatosa, devido talvez a falta de civismo de alguns atletas, conseguiu subir ao pódio.


Agradecimento especial ao Carlos Miguel Miranda pela bike, a Ester por ter lançado o desafio e ao meu clube, Desnível Positivo.
















domingo, 3 de novembro de 2013

10º Maratona EDP Porto 2013



O ano passado tinha concluído uma prova deste calibre, por isso já sabia o que me esperava durante 42 longos km. Mentalmente, tinha definido um objectivo bastante ambicioso, mas estava disposto a sacrificar o corpo e a tentar atingi-lo, refiro-me a concluir a maratona o mais próximo possível das 3.00 horas, menos 30 minutos que o tempo que demorei o ano passado.

Sábado de tarde, dorsal na mão, passagem pelos expositores que se encontravam no local, nada de novo, sempre a mesma coisa, encontrei o Antônio Nascimento, que continua na sua preparação para o Ultra Man 2014. Lá encontro pessoal do costume, o discurso era sempre o mesmo, "boa prova!", "que tempo vais fazer?", "até amanhã!". Regressado a casa, tempo para colocar o dorsal, a foto da praxe e o meu filho quase que me rasga o dorsal, que sorte, eheheheh! Tudo preparado! Agora toca a ir dormir e não esquecer de ligar os despertadores!

Noite bastante atribulada, o meu filho já tem por hábito, não sei se será pura coincidência ou não, sempre que tenho uma prova, na noite anterior, não me deixa dormir o suficiente e nesta não fugiu a regra, pois de hora em hora estava sempre a sonhar e a mandar vir...
Despertador toca e eu já estava acordado, siga, tomar o pequeno almoço, seguindo a fórmula que encontrei para uma refeição digna para enfrentar uma distância como a que me esperava. Já equipado, verificar se não ficava nada esquecido, ainda bem que tenho este hábito, pois o dorsal já ia ficar no esquecido. Lá me faço a estrada, rumo ao parque da cidade.

Chegado ao parque, arranjei logo local para estacionar o carro, agora vamos para o autocarro, que parte da avenida da Boavista em direcção ao local de partida, já bastantes atletas se juntavam no local e mal um autocarro ficasse completo, arrancava logo e eu arranjei logo um pronto a partir e siga.
Cheguei ao local da partida e dirigi-me ao local onde podia tomar café ou chã, não estava ainda muita gente e a fila andava normalmente. Decidi ir para uma fila para usar um WC e estive lá cerca de 10 minutos e a fila não andou, nem um metro sequer, tive que arranjar alternativa, não fosse o organismo pregar uma rasteira a meio da maratona. De seguida, foi de encontro com o resto da malta do Desnível Positivo, para a foto de grupo e realizar a entrega do saco para a meta. Faltavam cerca de 15 minutos e fomos para a linha da partida, já se encontrava muita gente, mas da forma que a runporto tem isto organizado, a entrada de atletas funciona bem e aos poucos o tempo para o tiro de partida diminuía.


Partida!
E longos 42 km pela frente, o primeiro km é sempre a subir o que dá para começar lentamente, o pessoal da family race é que saí disparado, pois a prova deles só tem 16 km. Conforme vou avançando, encontro malta conhecida, ao ritmo que vou neste momento ainda dá para ter algumas conversas, passamos o estádio do Bessa e esta parte do percurso é sempre a descer, decidi aproveitar a descida e mantive um ritmo a rondar os 4.00/km, estava a sentir-me bem, apesar de saber que poderia vir a pagar cedo a factura.
Lá dou a volta na Maia e venho a escassos metros do balão das 3.00 horas, penso: "tenho que apanhar o balão!", o objectivo foi sempre esse, neste momento olho para o relógio e tinha a média do km 3.55/km, ritmo alto demais para quem vai fazer 42 km.


















Mal dei a volta na Afurada, encontrei o meu muro, acho que deveria estar a caminho dos 25 km, comecei logo a reduzir o ritmo e foi aí que o corpo tomou controlo da mente.
Os km demoravam a passar, cheguei aos 30 km, passo novamente a ponte D. Luis, os espanhóis davam um apoio terrível, ainda bem que havia espanhóis ao longo do percurso. Km 35, tinha mesmo uma vontade terrível de parar, já tinha sido ultrapassado por um grupo de 15 elementos, desmoralizei novamente, e lá aparecem umas espanholas a bater palmas e a dizer: "animo, já falta pouco", mas estes 7 km foram muito penosos.
Km 40, abastecimento, aí parei e bebi um isotónico, bem estava a precisar, siga vamos para os últimos 2 km, olho para o relógio tinha um ritmo de 5.30 km/h, demorei cerca 11 minutos a chegar a meta, mas quando cruzamos a meta, todo o sofrimento é compensado pela sensação de realização, julgo até que esta sensação se torna viciante, saudei dois camaradas que tinham chegado ao mesmo tempo que eu e rapidamente me dirigi para tomar o verdadeiro isotónico, uma cerveja preta.







E pronto, mais uma prova rainha concluída, espero que tenham gostado do relato e brevemente terei mais novidades no blog.

Saudações desportivas,

A.Costa