Não desistas

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domingo, 17 de novembro de 2013

1º Duatlo de Santo Tirso


A algumas semanas atrás recebi a sugestão de participar num duatlo, não tenho bicicleta, mas de imediato disse que iria participar, pois já tinha em mente aderir a este tipo de prova, nem que fosse para experimentar.
Inscrição realizada, agora só necessitava de uma bicicleta de btt, prontamente comecei a questionar alguns colegas e logo no segundo contacto, obtive a resposta que queria ouvir, "só tens que a vir buscar, estás a vontade, não há problema". Como encarei este desafio, para me divertir um pouco, não estava minimamente preocupado com um objetivo, pois ainda tenho uma mazela da maratona do Porto e daqui oito dias estou noutra ultra maratona em Barcelos, não podia abusar muito, daí limitar-me a terminar a prova. Tinha apenas alguns dias para testar a minha adaptação na bicicleta, tendo os únicos dois treinos sido realizados em estrada e não no monte, saliento que já não andava em estrada numa bicicleta a mais de uma década, apesar de ter, durante três anos aulas de rpm diariamente no gym. sabendo que o meu camarada Carlos, que foi durante bastante tempo praticante de btt, decidi arranjar um parceiro para o desafio e este, tal como eu espera, não hesitou sequer em alinhar neste duatlo.


A prova foi realizada em Santo Tirso, no Parque Urbano de Rabada, onde na corrida o percurso é sinuoso apesar de não ter grande desnível, sendo o piso essencialmente em terra batida, já no percurso de btt, houve um misto de asfalto e terra, essencialmente rolante, mas com algumas zonas técnicas. O percurso foi maioritariamente plano com uma subida significativa ao km 2, seguido da respetiva descida ao km 3, esta prova teria 5 km de corrida, cerca de 18 km de btt e finalizando com mais 2.5 km de corrida.

Chegados ao local, levantamos os dorsais, onde nos foi entregue um saco já com a medalha de participação, uma t-shirt técnica mais alguns folhetos e apesar de só estarem cerca de 160 inscritos a massa humana era significativa.
Lá fui buscar a bicicleta, esta teve que ficar estacionada numa área de transição, onde ainda andei a estudar como seria esta realizada, não fosse eu cometer algum erro e entrar contra a mão, mas de imediato percebi que seria fácil. Decidimos realizar um pequeno aquecimento, faltavam cerca de 15 minutos para a hora marcada para a partida, aproveitamos para realizar um pequeno reconhecimento do percurso da prova. Minutos antes das 10.30 horas, a maior parte dos atletas, senão todos, já estavam na linha de partida, mas não verificamos ninguém da organização, para dar o tiro de partida, passados 15 minutos e tudo na mesma! Não se via ninguém da organização, já se ouviam algumas bocas pelo atraso, até que passados 25 minutos lá aparece alguém a anunciar algo, que não se ouvia, talvez um pequeno briefing, sobre a prova, mas só os primeiros atletas é que devem ter escutado o que se estava a transmitir, ou seja a prova começou com um atraso de 30 minutos.



Partida!

Mal se deu o tiro de partida, parecia que tinham aberto os saldos numa loja de eletrónica, pois eram cotoveladas. encontrões e alguns pontapés,durante o emaranhado da partida, por momentos lembrei-me do grupo Xutos & Pontapés e a sua música "Aí se ele caí!!!" O percurso dentro do parque era engraçado, tipo prova de corta-mato, pois existiam passagens tanto por alcatrão como por terra, onde estavam bastantes pessoas a assistir e o público faz toda a diferença, neste tipo de eventos onde não há muitos atletas. Estava a jogar em casa, apesar da primeira parte ter só 5 km, facilmente se separou os corredores dos "bttistas", quando cheguei a área de transição, tinha que obedecer a três regras essenciais: 1) Colocar o capacete, 2) virar o dorsal para as costas e 3) não podia montar na bicicleta dentro daquela área, não me podia esquecer de nada e de preferência nesta ordem, senão poderia ser desclassificado.
Já a pedalar, mal sabia o que me esperava, pois tal como disse anteriormente, já não andava nestes percurso em bicicleta a mais de uma década, a primeira curva, em relva, quase que sigo em frente, pois quando travei, a bike, deslizou, mas de imediato "agarrei o touro pelo cornos" e segui o meu rumo, passado uns metros um pequena subida toda em lama e vejo o pessoal a subir o percurso a pé, pensei, desistem facilmente.
Passados uns metros entro numa zona mais rolante e aí senti-me como um peixe dentro de água, mas esta euforia iria acabar brevemente, pois entrei novamente numa área técnica. O pessoal do btt, neste momento pareciam balas a passar por mim, eu nem sabia se ia para a esquerda ou para a direita, ainda cheguei a bater  com os braços, contra uma árvore ou outra, os gajos nem avisavam, eram mesmo balas. Logo de seguida uma descida com uma curva apertada, mais uma que quase que sigo em frente, mas mais uma vezes, mantenho o pulso firme e siga!!!
A primeira volta, foi dura, notei que melhorei de volta em volta, consegui ir buscar alguns atletas que na primeira volta me tinham passado. Não compreendo é a falta de civismo desta gente, nestas andanças, pois decidem parar a meio do percurso para beber água e uma pessoa ou se desvia, ou tem que passar por cima, para continuar caminho; não existe aquele espírito tão característico do trail, onde se respeita o meio e o outro, aqui é o "não olhes a meios para obter um fim!. Fiquei bastante desiludido!

Ao fim dos 18 km de bicicleta entrei na zona de transição, não esquecer de colocar a bike no local certo, retirar o capacete e virar o dorsal para a frente e lá comecei a correr, Bem os primeiros 250 metros parecia que os gémeos tinham encolhido, pensei seriamente, que estaria a ter uma cãibra em cada perna, pois na minha frente já via pessoal a coxear, alguns até só a andar! Agora tinha 2.5 km de corrida para ir buscar alguns atletas que me tinham passado no btt e não foi díficil, pois mal os gémeos alongaram, foi "meter" velocidade, passei cerca de 8 atletas, onde um já dizia muito alto: "Vais com vontade!" e até ía, gostava é que esta parte em vez de 2.5 km tivesse 25 km.

Lá cortei a meta, com uma hora e vinte e sete minutos, fiquei muito contente,  pois olhei para trás, onde verifiquei que alguns atletas, habituados a estas andanças, teriam ficado atrás de mim, para mim foi muito importante, apesar de ter ido só para me divertir. Grande destaque a minha colega, Ester Alves, pois ficou em primeiro lugar no escalão feminino, sem dúvida uma grande guerreira, apesar de ter tido uma queda bastante aparatosa, devido talvez a falta de civismo de alguns atletas, conseguiu subir ao pódio.


Agradecimento especial ao Carlos Miguel Miranda pela bike, a Ester por ter lançado o desafio e ao meu clube, Desnível Positivo.
















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