Não desistas

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sábado, 30 de janeiro de 2016

La Cabrera












Inicio de época estava destinado fazer algo fora do país, experimentar algo novo, sair da zona de conforto, já que o Circuito Nacional de Ultra Trail Endurance engloba as mesmas provas, onde não há novidades, mesmo que alterem alguma parte do percurso, sem querer tirar o mérito ás organizações, este ano procuro algo diferente...

O Nuno Silva apesar de estar no cartaz, já me tinha falado nesta prova e conseguiu reter a minha atenção quando me disse o título da prova, "A Maratona mais dura de Madrid", sim, é mesmo isso, 42 km com 3000 desnível positivo, sempre a cima dos 100 metros de altitude, seria um bom desafio para começar o ano e da maneira que o estado de tempo se encontra, provavelmente iria encontrar neve.

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Não tenho treino em altitude, não treinava em montanha já há uns bons 2 meses, a temperatura baixa, a viagem e todas as condicionantes, seriam algo que iriam ter um peso muito grande para a minha prestação na prova. Não me preocupei em ler com atenção o perfil de altimetria, levei tudo na desportiva, sem grandes preocupações, com objectivo de me divertir, mas mais valia ter avaliado melhor aquelas duas subidas entre os 20 e os 30 quilómetros.

A viagem foi realizada com um grupo de amigos e mesmo os 700 km de viagem foram realizados sem grandes pressas, onde não se pagou nenhum pórtico nem nada. Fez me pensar como no nosso país, tudo é tão diferente...Bem mas vou tentar relatar o que achei da prova...

A noite foi mal passada, não consegui dormir, a partida foi ás 8 horas pelo que tive que acordar por volta das 6 da matina, para realizar os últimos preparativos e verificar se não ficaria nada por fazer. Levantamento do dorsal na hora e sem grandes complicações, o céu estava limpo, mas estava um frio de rachar e durante a noite a organização teve que alterar um pouco parte do percurso devido a neve.

Durante a semana alertaram que seriam extremamente rigorosos com o material obrigatório, bem eu cumpro a risca e sabendo que estava em alta montanha, em um local desconhecido, não ia facilitar... Tanto que com a confusão levei uma camisola térmica vestida e outra na mochila, ou seja, além de tudo o resto obrigatório, ainda levei uma térmica a mais...até pareço um principiante!

O Tiro de partida lá foi dado, com ligeiro atraso, estava bastante frio, mas o dia seria de céu limpo, os primeiros quilómetros foram realizados a um ritmo confortável, mas cedo se começava a alargar o grupo da frente ao pelotão.
Achei extremamente maravilhoso acabar uma subida e contemplar o voo das águias sobre o local onde mantém o seu ninho, olhar em redor e ter uma paisagem onde todas as montanhas que nos rodeavam estavam cobertas de neve...são estes pormenores que me fazem procurar outras paisagens, outras sensações.



A sinalização doo percurso estava excelente, os abastecimentos tinham do bom e do melhor. Achei engraçado apostarem bastante na variedade de gomas e todos os líquidos estarem em garrafas individuais, mas havia também em bidões, ou seja, havia para agradar a todos.


Já não corria em neve, desde 2013, nos 100 km do Oh Meu Deus e apesar de estar um frio de rachar, estava bastante quente, por isso quando cheguei ao ponto mais alto, não perdi muito tempo, apreciei a paisagem, adorei pisar a neve, por momentos rasguei um sorriso na cara, tal como uma criança quando brinca.

Posso dizer que a mentalidade dos Espanhóis, ou melhor, a cultura com a montanha e aquilo que a rodeia é exemplar, isto porque, em todo o percurso, não vi um pedaço de papel, uma ponta de cigarro, nada, tudo limpo, mesmo perto de povoações. Podemos inclusive, ver famílias a usufruir do espaço, mesmo com bébes, vários grupos de trekking e dogtrekking. Esta cultura faz toda a diferença, não consigo perceber porque motivo não conseguimos isso em Portugal, certamente teríamos mais turismo deste tipo, tudo beneficiaria com este estilo de vida...principalmente as gerações vindouras.


Mas as duas subidas que mencionei anteriormente, fizeram toda a diferença, parecia que nunca mais terminavam, além disso foram subidas técnicas, uma tinha bastante vegetação, recordo que para fazer um quilómetro demorei cerca de 23 minutos. Na outra adorei o final da subida, pois por momentos fiz uma espécie de escalada em pedra, posso mesmo dizer tipo Skymarathon, por momentos tive o flashback de imagens de Zegama ou de outro local desse género, onde vemos os prós a subir como se nada tratasse e mais uma vez, aquele meu sorriso de criança, rasgou o meu rosto, apesar da adversidade da subida, do acumulado nas pernas, adoro ter esta sensação. É isso mesmo, apesar de estar em competição, adoro estas sensações...aliás eu procuro este tipo de sensações, adoro a montanha, adoro o seu silêncio, as paisagens, os cheiros...



Fiquei apaixonado pelo local, pena a distância que nos separa para uma prova de 46 km, mas digna de título de Skymarathon, pelo menos para mim, aconselho a todos que se tiverem oportunidade de visitar La Cabrera, façam, senão esperem para a próxima edição. 
Agradeço especialmente ao pessoal de viagem, Diogo Almeida, Nuno Silva, Isaque Lucena e Natália Amoedo, pela companhia e por me terem apoiado no que diz respeito ao regresso no fim da prova.
Obrigado.


Trail La Cabrera
14º Geral
46 km - 06 Horas 36 minutos


Podem ver o meu percurso aqui.


Podem consultar fotos da prova aqui e classificação aqui.



domingo, 17 de janeiro de 2016

XVIII Meia Maratona Manuela Machado, com INJINJI!


Para iniciar o ano, nada melhor que a Mmviana, confesso que não sou grande adepto destas distâncias, prefiro sempre de 40 km para cima e claro, é realizada em estrada, o que me causa algum desconforto. Apesar do ganho simbólico de uns quilinhos da época festiva, da redução de carga no fim de época, estava bastante apreensivo em conseguir reduzir o tempo obtido na edição anterior e até desanimado... mas se fosse fácil eu não treinava para correr e tentar superar-me.


Foi a minha quinta participação nesta prova, onde este ano atingiu a maioridade. A organização e a atleta a qual deu nome a prova, a Manuela Machado e a Cyclones, tem todo o meu respeito, não só por serem extremamente competentes, mas por desenvolverem competências a nível infantil no atletismo da zona Norte, nomeadamente em Viana do Castelo.
Para mim, foi um dia feliz, pois superei o meu tempo em cerca de dois minutos, podem comprovar no relógio, pois ainda não sendo o tempo oficial, não deverá andar muito longe deste.


O tempo estava excelente, pouco vento, tempo frio e uma massa humana enorme, quer de atletas, voluntários e espectadores, fizeram deste um dia especial para o atletismo e para Viana do Castelo.
Apesar de tanta apreensão antes do tiro de partida, consegui focar-me em manter um ritmo constante, sem grandes picos de velocidade no início e ser consistente.



Hoje testei o modelo da Injinji, Performance 2.0 Run. Cada vez estou mais rendido a esta marca, tenho tentado o modelo de trail e hoje o de estrada. Inicialmente, confesso, que tive alguma dificuldade em calçar a meia, pois os meus dedos mais pequenos, parecem garras e calçar uma meia como uma luva, das primeiras vezes não foi fácil, mas com o uso torna-se mais simples.
Parece que nem levamos nada nos pés, são tão leves e respiráveis que não sentimos a meia e o facto de se usar a meia em cada dedo, reduz a fricção, evitando assim as bolhas. Aconselho a experimentarem, pois não se vão arrepender, aproveitem promoções e comprem alguns pares. Podem fazer aqui.


Fico satisfeito com a estratégia, resultou bem e para terminar em grande, tive o meu filho a dar apoio na parte final, o que resulta melhor que um gel...
Agradeço a minha mulher, por todo o apoio que me dá nestas aventuras, ao meu filho, pois é a minha inspiração, a todos que se cruzam por mim e me incentivam. Obrigado.




Agradecimento especial a:
Hands On - Terapias Manuais e Saúde
Loja Trail Run
Desnível Positivo