Não desistas

Não desistas

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A evolução, adeus 2013, venha 2014!


Não vou realizar grandes balanços, mas deixo aqui o gráfico com os km percorridos neste últimos 3 anos e reparem, que a diferença de ano para ano é significativa. Adquiri experiência, conheci novos locais, realizei a minha primeira prova de 3 dígitos, os 100 km do Oh Meu Deus, consegui reduzir o tempo das provas que realizei no ano anterior e isto fez de 2013 um ano em grande. Falhei o Ultra Trail da Serra da Freita, devido a doença do meu filhote, acho que foram os únicos aspectos que fizeram de 2013 um ano pior. Mas bem sei que estes aspectos comparados com outros, não são nada e por isso tenho que erguer a cabeça e seguir em frente.
Novos desafios para 2014, um deles realizar a minha primeira prova de 100 milhas e já sei que a vou realizar em solo Português, vou esquecer a possibilidade de ir ao Monte Branco ou ao Ehunmilak, pois em 2014, vai ser tudo Nacional, porque temos um pais com paisagens majestosas e locais espectaculares e acredito que não vale a pena ir lá fora!
Desejo-vos um 2014 melhor que 2013, que consigam superar os vossos desafios, sempre com muita saúde, determinação e não se esqueçam, não desistam, acreditem sempre.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

É preciso saber lidar com as paragens!

Tinha em mente que iria reduzir gradualmente a carga de treino desde o Ultra trail dos Amigos da Montanha, teria apenas 15 dias de diferença para a prova do Trail de Cardielos, onde a abordagem a prova seria mesmo na desportiva e que logo após esta prova iria parar 15 dias, para recuperar principalmente destes últimos 6 meses. Até aqui tudo bem, mas não é que passado estes últimos 15 dias, apanhei uma Mega/Hyper Gripose, que ainda hoje me fustiga os pulmões e não é que já vou na quarta semana sem treinar e vejo seriamente o meu inicio de época muito comprometido.
Nesta altura, já devia de ter uns treininhos nas pernas, deveria ter começado a colocar mais carga, pois em Janeiro tenho dois objetivos, reduzir o tempo na Meia Maratona Manuela Machado e no Ultra Trail dos Abutres.
Já sei que não sei lidar bem com as paragens, principalmente quando nestas duas últimas semanas se tratou da minha amiga Gripe, estragar tudo e podem sempre dizer, "podias aproveitar e treinar em casa para não parares!". Pois podia, mas acreditem, este vírus é mesmo lixado de o derrubar e fico sem força de vontade para fazer o que seja, é tão poderoso, que lá em casa, ficamos logo os três doentes. Desculpem o desabafo, fico com um pouco de inveja, confesso, em ver o pessoal a colocar os seus treinos nestes dias e eu aqui, parado doente! É que tenho a corrida de tal forma entranhada no corpo, que já estou a ressacar a alguns dias por uma boa corrida.
Uma coisa prometo, quando regressar, vai ser com mais força. Saudações desportivas.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

II Trail S. Silvestre - Cardielos


Esta seria a última prova de trail nacional, pelo menos que eu tenha conhecimento, a abordagem seria na desportiva, mas sendo eu competitivo como sou, sei que não iria conseguir fazer em modo de turística.
Tinha em mente dois objectivos, primeiro, cortar a meta com o meu filhote, segundo, não agravar a minha lesão no pé e não é que nem uma nem outra consegui cumprir, é verdade, por cinco minutos que não tive ainda o privilégio de cortar a meta com o pequenote e realmente tenho que fazer uma pausa muito grande para ver o que se passa no meu pé.
A manhã estava extremamente fria, os carros estavam cheios de neve, as ervas também, já sabia que iria rapar um frio enorme, mas como tem estado Sol nestes dias e o vento quase que nem sopra, decidi que nem valeria a pena usar camisola térmica, limitei-me aos manguitos, calções, t-shirt, luvas e um buff polar para aquecer as extremidades.

A partida teve início a oitava badalada da igreja, fez-me lembrar o GTSA, o começo foi tão estranho que quando arranquei ainda existia pessoal a fazer o controlo zero, mas o frio era tal que o que queria era mesmo correr. Este ano a organização decidiu fazer mais uns metros antes da subida para S. Silvestre, pois realmente seria um arranque muito puxado, apesar da subida ter menos de um quilómetro e não fosse alguém logo de início se sentir mal por um mau aquecimento e um esforço repentino. A subida é que me aqueceu, pois só dessa forma é que senti as pernas, principalmente os gémeos, mas a dificuldade em si, com este tempo, seria respirar controladamente, pois deveriam estar zero graus, com esta temperatura respirar em esforço, para mim, é mais complicado.
De início ainda se manteve um grupo compacto, que logo após a subida do calvário, os atletas do top 20 se separaram do pelotão. Julgo que estes 20 atletas não pararam no primeiro abastecimento e pouco tempo devem ter perdido no segundo, o cenário estava espectacular, tudo estava coberto de uma camada branca de geada e o Sol tinha começado já a aquecer.


Esta prova é bastante "rolante" e por isso decidi manter um ritmo estável quer a subir, quer a descer, aqui ainda não tenho total amplitude de movimento do pé e por isso não valeria a pena descer muito destravado e muito menos subir com muita força. As marcações e sinalizações está estavam impecáveis, de fácil leitura, mesmo tendo alguns membros da organização terem me dito que tinham tido problemas no dia anterior, pois apesar de todos os avisos, ouve gente que teve tempo para retirar fitas e colocar noutro sentido do percurso, vejam lá ao que certas pessoas se dão ao trabalho. Nos abastecimentos, julgo não ter falhado nada a ninguém, havia de tudo, na minha opinião só faltou coca cola, mas não se pode agradar todos os gostos.

O Muro

Pois é, muitas teorias sobre este assunto, eu continuo a achar que cada atleta, tem que conhecer o seu corpo e saber o que fazer para conseguir contornar o temido muro. Sendo esta prova muito "corrível",  tinha já decidido que a nutrição, ou se quiserem, a suplementação, passaria por ser em quase total autonomia. Não treino e não me habituei a digerir bolos, estes fornecidos nos abastecimentos, passaria por apenas me alimentar com fruta, especialmente laranja, que já se tornou um fruto habitual em todas as provas e alguns salgados, tipo batata frita. Tinha comigo dois gel e duas barras, só ingeri uma barra ao km 20, porque receava que não me iria alimentar com mais algum sólido, gastei o primeiro gel aos 25 km e outro aos 32 km, pois sabia que seria aqui nestes pontos que o meu corpo iria querer abrandar, assim obtive resposta ao que pretendia. Confesso, que está estratégia ajudou imenso, mas psicologicamente, desejar cortar a meta com o filho ao meu lado, foi o impulso que me faltava para não abrandar o ritmo.
A cerca de 400 metros da meta, estava a nossa adorável Manuela Machado a dar algumas palavras de incentivo, aqui verifiquei que a prova iria ter menos km que os 42 anunciados, cortei a meta e o Ambit marcava 38.7 km, se calhar deveria ter atacado mais cedo, alguma desilusão pois contava pelo menos passar dos 40 km no mínimo e gerir esforço a contar com isso.
Na chegada, olho para as pessoas que assistem e não vejo a minha mulher, nem o meu filho, corto a meta, sou recebido pelo Gonçalo, organizador, que me dá os parabéns pelo feito, retribuo o meu agradecimento, pela organização da prova. Enquanto isto, ouço o animador a dizer o meu nome e a minha classificação, olho de novo ao meu redor e não vejo o puto. O Aires, veio felicitar-me, onde agradeço, mas rapidamente pergunto: "Não viste a minha mulher e o meu filho?", não os tinha visto. Entretanto, sou saudado pelo Marcos, do grupo de BTT, " Os queimados", que deram apoio a organização, pois se sendo um grupo local estavam empenhados em apoiar esta prova, já pela segunda vez.
E passados quase 5 minutos da minha chegada, lá vejo a minha mulher e meu filhote a chegarem, caramba Artur, não podias ter demorado mais alguns minutos????,penso eu. Paciência fica para Janeiro nos Abutres, só espero que não chova e que o miúdo não fique doente.
Cada vez que descubro trilhos novos na zona de Viana do Castelo, mais me convenço que apesar de não existir muita altitude, temos montanhas com percursos espectaculares e que temos muito ainda por explorar, aqui.


O meu agradecimento a organização da prova, a todos os fotógrafos, que trocaram o seu bem estar para virem para os trilhos disparar a sua máquina fotográfica, aos Queimados, a todos os voluntários e em especial ao meu grande amigo, Diogo Almeida, que fez questão de se levantar mais cedo para vir até a linha de partida para saudar os seus colegas de equipa, és grande. Não posso esquecer o meu clube Desnível Positivo e ao meu filhote. Obrigado a todos pelo apoio.

Nome: Artur Costa;
Clube: Desnivel Positivo;
Dorsal: 003;
Class. Geral: 16º;
Class. M. Sen.: 13º;
Tempo: 04:03:50.