Apesar de não me ter inscrito nesta mítica maratona, o destino reservou uma surpresa muito especial... Tinha decidido este ano não participar na Maratona do Porto, porque já tinha participado 3 vezes seguidas e durante o mês de Novembro, tinha duas provas por participar, o Ultra Trail Amigos da Montanha e a Maratona do Gerês, sendo que a recuperação de uma para a outra seria de apenas uma semana, não me inscrevi.
Ainda em Outubro, ao percorrer o Facebook, vejo uma publicação da Secret Training Portugal com a possibilidade de ganhar um dorsal para a maratona do Porto e não vacilei, participei e...Adivinhem! Fui o feliz contemplado, mas por outro lado seria muito justo para recuperar para as restantes provas... Mas o desafio estava lançado e agora não podia deixar de perder esta oportunidade.
Apesar de ainda estar a recuperar do UTAX, com 15 dias para treinar para a maratona, tentei realizar treino do tipo expresso.
Não querendo estar aqui com este tipo de discurso extremamente centrado em mim, vou relatar um pouco o que achei da prova, das suas alterações e aquilo que senti ao longo dos 42k.
Cedo me reuni com o Frederico e o Filipe, para ir buscar o Tiago na Maia e ir ter ao local de encontro com o resto da malta da equipa. Mas o Tiago, como tem sido habitual, ficou a dormir, ou então perdeu mais tempo que devido no wc e não se confessou...ahahaha!
Lá nos juntamos todos no local combinado e seguimos para estacionar o carro e tirar a foto da praxe.
A massa humana nesta prova é imensa, é uma prova que tem atletas de todos pontos do mundo e a organização centrou esforços em atingir recordes... será?
Este ano houve alteração no início da prova, passou para o queimódromo do Porto, evitando assim o uso de autocarros para o transporte dos atletas para junto da Boavista, a meu ver até foi um opção excelente.
Infelizmente a saída do queimódromo é ampla mas ao entrar na avenida, afunilou bastante, onde houve alguns tropeções na passagem dos participantes e até se ouviu algumas bocas ao feito.
Mas como o dia é de festa, rapidamente este momento foi esquecido, siga para a frente que ainda temos 42 km para correr.
Realmente o calor complicou tudo e uma pequena brisa que se sentia de frente ao longo de 21 km, sabia que não podia abusar, tentei andar na roda de alguns atletas para reduzir o atrito gerado pelo vento e minimizar esse desgaste, pelos visto não era o único a "andar na roda".
A entrada para a ribeira, é um dos momentos que mais gosto, pois tem muita gente a apoiar e torna tudo melhor para a restante meia maratona que temos pela frente. Não gosto a parte do lado de Gaia que é em paralelo, causa algum desconforto, a maioria opta por subir o passeio para evitar esta parte. Deste lado estávamos protegidos do vento, mas o calor não estava nada ajudar, até que verifico um atleta no chão a ser apoiado pelo Inem, já se adivinhava que o calor iria ter as suas consequências.
Ao chegar a Afurada, muitos populares dão o seu apoio, incentivando os atletas a não desanimar, eu já sentia alguma fadiga e quando dou a volta, verifico que o balão das 3 horas estava a ganhar terreno e que me iria apanhar.
Não demorou muito até chegar a mim, tentei acompanhar o atleta que levava o o balão, olhei para o relógio e o ritmo era abaixo dos 4 minutos por km, extremamente rápido e só consegui acompanhar uns kms, foi até a subida da Ponto D. Luis.
Neste momento senti o muro, o calor não ajudava, bem como a mente começava a dar ordens para parar, tinha vontade de urinar mas não queria parar....
Sabia que o André estaria por volta do km 32 ou 34, para me entregar o gel e aí tive que parar... perdi alguns segundos, mas já não tinha que lidar com esse conflito na minha mente. Faltam cerca de 8 km, estes são os mais duros e parte do percurso não ajuda, principalmente quando passamos a Fortaleza de São João da Foz, na parte em paralelo, a subir e com o vento sempre de frente desde os últimos kms, mas rapidamente ultrapassamos isso, começamos a visualizar mais pessoas a apoiar, alguns atletas da Family Race vinham dar apoio ao pessoal da Maratona e isso ajuda mesmo.
O sentimento é de conquista, superação, nestes momentos revejo a imagem do meu filho na incubadora do serviço de Neonatologia, penso sempre o quanto ele lutou para viver, está quase, penso eu, mesmo que não dentro do meu tempo, esta já está. Parabéns!
Cedo me reuni com o Frederico e o Filipe, para ir buscar o Tiago na Maia e ir ter ao local de encontro com o resto da malta da equipa. Mas o Tiago, como tem sido habitual, ficou a dormir, ou então perdeu mais tempo que devido no wc e não se confessou...ahahaha!
Lá nos juntamos todos no local combinado e seguimos para estacionar o carro e tirar a foto da praxe.
A massa humana nesta prova é imensa, é uma prova que tem atletas de todos pontos do mundo e a organização centrou esforços em atingir recordes... será?
Este ano houve alteração no início da prova, passou para o queimódromo do Porto, evitando assim o uso de autocarros para o transporte dos atletas para junto da Boavista, a meu ver até foi um opção excelente.
Infelizmente a saída do queimódromo é ampla mas ao entrar na avenida, afunilou bastante, onde houve alguns tropeções na passagem dos participantes e até se ouviu algumas bocas ao feito.
Mas como o dia é de festa, rapidamente este momento foi esquecido, siga para a frente que ainda temos 42 km para correr.
Realmente o calor complicou tudo e uma pequena brisa que se sentia de frente ao longo de 21 km, sabia que não podia abusar, tentei andar na roda de alguns atletas para reduzir o atrito gerado pelo vento e minimizar esse desgaste, pelos visto não era o único a "andar na roda".
Ao chegar a Afurada, muitos populares dão o seu apoio, incentivando os atletas a não desanimar, eu já sentia alguma fadiga e quando dou a volta, verifico que o balão das 3 horas estava a ganhar terreno e que me iria apanhar.
Não demorou muito até chegar a mim, tentei acompanhar o atleta que levava o o balão, olhei para o relógio e o ritmo era abaixo dos 4 minutos por km, extremamente rápido e só consegui acompanhar uns kms, foi até a subida da Ponto D. Luis.
Neste momento senti o muro, o calor não ajudava, bem como a mente começava a dar ordens para parar, tinha vontade de urinar mas não queria parar....
Sabia que o André estaria por volta do km 32 ou 34, para me entregar o gel e aí tive que parar... perdi alguns segundos, mas já não tinha que lidar com esse conflito na minha mente. Faltam cerca de 8 km, estes são os mais duros e parte do percurso não ajuda, principalmente quando passamos a Fortaleza de São João da Foz, na parte em paralelo, a subir e com o vento sempre de frente desde os últimos kms, mas rapidamente ultrapassamos isso, começamos a visualizar mais pessoas a apoiar, alguns atletas da Family Race vinham dar apoio ao pessoal da Maratona e isso ajuda mesmo.
Ao longe avisto o Isaque, infelizmente tinha ficado pelos 21 km e disse me que iria comigo até a meta. Foi sempre a puxar por mim, neste momento mesmo sabendo que estava a finalizar, estaria a um ritmo abaixo do desejado, a sentir-me muito desidratado, mesmo tendo bebido bastante ao longo da prova. Já ao chegar a última rotunda, a massa humana é imensa, várias pessoas vão aplaudindo os atletas, as Espanholas são incansáveis, lá vejo o Taxa, que ainda me deu um último impulso, entro no último km e o Isaque ficou por ali. Obrigado amigo, foste uma grande ajuda.
O sentimento é de conquista, superação, nestes momentos revejo a imagem do meu filho na incubadora do serviço de Neonatologia, penso sempre o quanto ele lutou para viver, está quase, penso eu, mesmo que não dentro do meu tempo, esta já está. Parabéns!
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